domingo, janeiro 21, 2007

Estou cansado de contar palavras

Tudo o que eu quero é gastar o tempo,
melhor, quero rentabilizar tempo,
perder tempo por uma boa causa,
não perder todos os preciosos segundos, á toa,
concluindo, ganhar tempo,
sim, roubar tempo ao tempo.

O tempo não passa de um ser, que escreve linhas,
aliás, preenche linhas com acontecimentos,
sucedimentos que vale a pena recordar,
estes são impossíveis de esquecer,
por isso ficam escritos num caderno do tempo,
palavras escritas cuidadosamente,
já os tempos mortos, são folhas que vão para o "paper-basket",
são amarrotadas e deitadas fora,
é uma forma de desprezar a melancolia.

Eu já tentei tantas vezes negociar com o tempo,
nunca o consegui fazer devidamente,
já tentei oferecer-lhe um relógio e tudo,
foi, foi sem pilhas o relógio que lhe dei,
mas o sacana, comprou logo umas pilhas,
deve ser um reformado que detesta estar parado.

Ele de segundo em segundo,
de minuto em minuto,
de hora em hora,
passa a vida a chatear-nos,
ele não gosta de nós,
ok, eu também não gosto dele,

portanto, vamos ter de arranjar uma solução
para tramar o tempo,
estou farto que ele nos chame a atenção,
ando saturado de abrir e fechar a porta.

Vamos parar o tempo, vamos? [estou cansado contar palavras]


[as palavras representam cada segundo. estas preenchem as linhas de um caderno, linhas vazias que ganham e perdem vida ao mesmo tempo. há parágrafos preenchidos inutilmente, esses tentam-se completar. ou acabar com eles simplesmente.]