sábado, fevereiro 03, 2007

Palavras, palavras+palavras e mais palavras

As palavras não passam de embalagens rotuladas,
elas têm um prazo de validade.
Com o decorrer do tempo, elas vão perdendo o seu valor,
até que acabam por se estragar.
As palavras têm a sua importância no momento após a sua criação,
depois, vão apodrecendo aos poucos, lentamente.

Mas uma coisa é certa, somos nós quem validamos as palavras,
somos nós quem as datamos, cada um individualmente,
cada um dentro do seu tempo, dentro do seu mundo, rodeado pelas palavras,
lhe dá o crédito que sente que deve dar.

Continuando,

Nós somos todos de mundos distintos,
não passamos de uns "alliens" que viemos parar por engano ao planeta azul.
Planeta azul? De planeta azul não tem nada, nem de azul, nem de amarelo, nem de cor de rosa.
De azul só encontro a quantidade de mar abundante, de amarelo vejo os raios solares tentar iluminar o que não dá para iluminar,
o cor de rosa é visível aquando a morte do sol todos os dias,
com toda a frustração após mais um dia de trabalho fracassado.

Adiante com as palavras,

Posso dizer que também há palavras vitalícias,
há palavras que após eu as proferir, não perdem o seu prazo,
são vitalícias.

Palavras que eu escrevo com a minha mão bem firme, com toda a lucidez,
com toda a certeza sobre o seu significado,
com a esperança de que estes traços que te digam um tanto do quanto que me dizem a mim,
para mim, eles hão-de dizer sempre tudo, são eternos,
espero que sejam sempre palavras com vida,
espero que nunca passem a ser apenas palavras a vaguear por linhas, palavras mortas no tempo,
a apodrecer-me.

No que depender de mim, terão sempre vida.



Tu és o soro das minhas palavras,
o meu soro acima de tudo.