quinta-feira, novembro 29, 2007

Na corda.

Agarra-me, mostra-me o mundo.
Podes levar-me para tua casa e prenderes-me no teu estendal, usa as minhas mãos em forma de molas para me prenderes.
Deixa-me permanecer assim, deixa-me ver o mundo, quero viver a angústia que me faz gelar aqui, quero viver a angústia que me faz morrer de calor, quero sentir a noite e o dia. Deixa-me aqui e parte, vasculha o mundo.
Podes percorrer montanhas, vales, cidades, eu não me importo. Demora o que for preciso, consome o mundo até à exaustão.
Como anda a correr essa viagem?
Aqui, cá se vai andando, hoje o céu deu-me gotas com travo a maresia, ontem, o frio veio habitar na minha pele, anteontem fez sol, por acaso, as flores estavam muito vistosas, a cerejeira aqui da frente estava carregadinha. No outro dia estava no deserto, estava chateado, o sol.
Como disse na semana passada, espero que anda tudo encaminhado por aí. Tenho saudades. Leva o tempo que precisares, não te apresses.
Se algum dia achares que o mundo foi pequeno de mais para ti, lembra-te, que aqui também se vive o mundo. Tem muito boa vista, por sinal.
Permaneço estendido.

6 Comments:

Blogger telma said...

damn, that sounds like me months ago |: *

4:13 da tarde  
Blogger Yan said...

palmas para ti, deste gostei seriamente

9:17 da tarde  
Blogger Corduroy said...

Gostei Tiago. Mais uma vez nos ofereces bela poesia."Se algum dia achares que o mundo foi pequeno de mais para ti, lembra-te, que aqui também se vive o mundo. Tem muito boa vista, por sinal.". esta passagem é mt boa msm. Parabéns.

P.S. - Uma pequena correçãozita: "ante ontem" deve ser substituido por "anteontem", que é a forma correcta deste advérbio de tempo.

12:54 da manhã  
Blogger Tiago said...

:$
Tens razão. Obrigado pela correcção.

8:26 da tarde  
Blogger fi. said...

hei-de voltar aqui para saborear melhor essas tuas plavras*

9:07 da tarde  
Blogger rita rente said...

gosto. gosto mesmo.

12:17 da manhã  

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