Na corda.
Agarra-me, mostra-me o mundo.
Podes levar-me para tua casa e prenderes-me no teu estendal, usa as minhas mãos em forma de molas para me prenderes.
Deixa-me permanecer assim, deixa-me ver o mundo, quero viver a angústia que me faz gelar aqui, quero viver a angústia que me faz morrer de calor, quero sentir a noite e o dia. Deixa-me aqui e parte, vasculha o mundo.
Podes percorrer montanhas, vales, cidades, eu não me importo. Demora o que for preciso, consome o mundo até à exaustão.
Como anda a correr essa viagem?
Aqui, cá se vai andando, hoje o céu deu-me gotas com travo a maresia, ontem, o frio veio habitar na minha pele, anteontem fez sol, por acaso, as flores estavam muito vistosas, a cerejeira aqui da frente estava carregadinha. No outro dia estava no deserto, estava chateado, o sol.
Como disse na semana passada, espero que anda tudo encaminhado por aí. Tenho saudades. Leva o tempo que precisares, não te apresses.
Se algum dia achares que o mundo foi pequeno de mais para ti, lembra-te, que aqui também se vive o mundo. Tem muito boa vista, por sinal.
Permaneço estendido.
6 Comments:
damn, that sounds like me months ago |: *
palmas para ti, deste gostei seriamente
Gostei Tiago. Mais uma vez nos ofereces bela poesia."Se algum dia achares que o mundo foi pequeno de mais para ti, lembra-te, que aqui também se vive o mundo. Tem muito boa vista, por sinal.". esta passagem é mt boa msm. Parabéns.
P.S. - Uma pequena correçãozita: "ante ontem" deve ser substituido por "anteontem", que é a forma correcta deste advérbio de tempo.
:$
Tens razão. Obrigado pela correcção.
hei-de voltar aqui para saborear melhor essas tuas plavras*
gosto. gosto mesmo.
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