quinta-feira, maio 03, 2007

Menti-me a mim mesmo na esperança de que os sucedimentos passados fossem agora miragens. Mas não. São lembranças tão reais. Aqui ainda residem imagens tão verdadeiras, tão vivas, que por momentos chego a perder a percepção da realidade. Mas depois os meus olhos captam a realidade. Tu não estás.

De cada vez que arregaço a manga da minha camisola, vejo que a ferida ainda permanece bem fresca, bem alastrada. Já tentei inúmeras vezes usar beta dine para ver se desanuviava a dor, parece que quanto mais uso curativos, mais a vejo a alastrar-se. Nua, inflamada e sem crosta.

O tom vermelho espelha o meu estado mortal de uma forma tão clara, tão notória, a cor da ferida contagiou-se por todo o meu corpo.

Tentei tanto seguir em frente sem usar os olhos da nuca da minha cabeça, mas são os meus olhos frontais que estão cegos. Por mais que tente não consigo mudar o meu rumo, muito menos mudar o que me vai na alma.

Acendi uma vela a fim de tentar iluminar o céu, ao invés disso, ele converteu-se num inferno. Acolhi-me na minha solidão.

Agora, tudo isso me deixa indiferente. De qualquer maneira partiste, para nunca mais voltar.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

por vezes a perda de alguém permanece como uma pedra cravada em nós. saudades... apenas traz saudade.

um beijo*

6:31 da tarde  
Blogger Someone said...

Mentir a nós mesmo nunca é solução. E mesmo que digas que isso te seja indiferente,vais ver que não ;)
*

1:38 da tarde  
Blogger Patrícia Lino said...

Adorei o blog :D

Um beijinho.

10:53 da tarde  

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