quinta-feira, dezembro 27, 2007

Sem título.

As palavras retomam com o conforto e calor, incendiadas pela lareira. São palavras que sopro contra o fogo e que se formam através de espaços que ficam em branco e dão forma às minhas palavras. São as palavras de um imaginário que o mundo nunca há-de conhecer. Palavras estas, que ardem consequentemente na raiva do fogo, como quem arde no inferno.

Imagino que o inferno das palavras, seja o local onde morrem as palavras que magoam e que nunca queríamos ter dito, acredito que é lá que essas palavras são torturadas vezes sem conta. Muitas delas não caem no esquecimento, de tão péssimas que foram as marcas que deixaram. É imortal, a alma da maioria das palavras. Outras nem são levadas a sério e caem no esquecimento.

Continuam as palavras a fluir, mas agora na minha cabeça e simultaneamente guiadas pelo som suave dos violinos e dos pianos. São camadas de palavras que se põem umas em cima das outras, enterrando-se umas às outras, como a terra em cima de terra. São palavras que apenas me pertencem a mim e que o mundo nunca as vai perceber. Podiam lê-las inúmeras vezes, lamento, estas são só minhas.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Dezembro

O frio roubou-me as palavras.