Cemitério de almas
Por isso eu calo-me. Calo-me e dou murros ao meu coração: ele grita. Ele gripa porque dói, mas consegue suportar a dor.
Eu não, eu sou frágil e fujo. Tenho medo dar dor, por isso abandono o meu corpo. Deixo a carne e saio. Saio e vou procurar um túmulo, um túmulo que me dê a vida da morte.
Procuro a minha morte no cemitério. À medida que percorro o cemitério, sou capaz de ver túmulos. Túmulos que me pertenceram no passado. Restos de mim. Túmulos estes, que armazenam as minhas mortes de antes. Túmulos que possuem almas bem enterradas, almas que nenhum significado têm. São passado, estão mortas, enterradas. Mas agora, por mais que tente, não consigo enterrar esta alma. Esta tem feridas demasiado profundas, são profundas e de uma importância extrema simultaneamente. Logo, não pode ser enterrada. Contém partes imortais de ti.
A minha alma, vai escavando no chão de betão. Eterno.
E o meu corpo? Ora esse, permanece imóvel, no mesmo local onde a alma o deixou, continua à tua espera e ali vai permanecer.
" Chorar é de Homem. "