terça-feira, outubro 31, 2006

Saturação Mental

Tento comunicar contigo,
Mas por qualquer motivo não consigo
Entre nós existe um abismo,
Que nos quebra a comunicação

Há algo que te quero contar,
Há algo que te quero fazer ouvir,
Mas por mais que tente,
Não me consigo exprimir

Consequentemente alimentas-me uma esperança,
O meu coração cerra-se como uma caixa

Vejo uma luz ao fundo de um túnel,
Ela guia-me para uma saída
Porém, por mais que me esforce não a consigo alcançar

Isto assemelha-se a um labirinto,
Por mais que tente escapar
Acabo sempre por voltar ao ponto de partida
Sinto-me saturado.

sábado, outubro 28, 2006

Palavras atrás de palavras

Deixo fluir a caneta, apenas saem palavras
Palavras que não interessam aquele, ao outro, ou ao próximo
São palavras sem pés nem cabeça,
São palavras escritas por um anónimo, não interessam ao mundo,

Por mais que deixe a caneta fluir, não sai nada que valha a pena,
Saem simples palavras, nada têm de construtivo,
Criatividade nem vê-la
Não passam de palavras que são simplesmente uma tentativa frustrada de mostrar ideias ao mundo,
De desabafar com o mundo

São palavras simples, pouco complexas, que nada têm,
Falta-lhes o sumo, o sumo que interessa
O que não interessa está lá

O que realmente interessa está na telenovela de horário nobre
Lá é tudo fofo, um mar de rosas, tudo acontece
Aqui não, aqui simplesmente encontram palavras, simples palavras
Que de palavras tão rascas, tão insossas que são
Não têm qualquer sabor.

São palavras atrás de palavras.

terça-feira, outubro 24, 2006

A Fotografia

Contemplo a fotografia
Consigo ver as memórias do passado
Umas são boas, outras nem tanto
São fragmentos pela certa

Contemplo uma vez mais
A sua postura permanece
Afinal ela não é mais de que um pequeno pedaço de tempo,
"Colado" a um simples papel

Tal momento é irrepetível
Bom ou mau, ele ali permanece
Certamente irá ser recordado, quer seja com angústia ou prazer,
Porém existe a posibilidade de uma próxima geração ver.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Verídico

Hoje vou fugir um bocado á regra, vou falar de uma coisa que me marcou um dia, de um facto verídico que me contaram.
É sobre um rapaz, até aos 6 anos era um ser totalmente normal, como qualquer um de nós, mas que ficou com a vida marcada a partir de o momento em que teve um acidente e teve uma lesão bastante grave na cabeça, que teve como consequência ganhar um temor na cabeça que com o passar dos anos se agravou cada vez mais, teve anos a fazer quimioterapias.
Quando chegou a hora de frequentar o 10º ano, ele tinha cerca de 18 anos, mas não aparentava nada, era muito franzino, mal tinha cabelo, era muito complexado, mas tinha grande vontade em viver, amava a vida. Nesse mesmo ano escreveu um livro, com o financiamento da mãe editou o próprio, nesse livro falava da sua vida, de tudo por o que ele passou, nele ele também descrevia o seu amor pela vida, o quanto ele queria viver, tinha coragem ele. Devido ao seu problema de saúde teve um ano lectivo sem ir ás aulas, mas no ano a seguir, voltou á escola para ver amigos e professores, vejam lá, nessa altura dependia de uma cadeira de rodas.
Faleceu o mês passado.
Enfim há coisas do caraças, um rapaz com grande vontade de viver, com um grave problema de saúde, a lutar pela vida, eu aqui sempre a queixar-me da vida, a dizer que ando a perder tempo, ele sim tinha motivos mais que suficientes para se queixar de tudo e todos, não o conhecia, mas que descanse em paz, merece.
Apenas um desabafo.

sábado, outubro 21, 2006

Quando eu morrer ( o pesadelo vai continuar )

Quando eu morrer, quero ver suspirar de alívio, todos aqueles que me tinham ódio
Quando eu morrer, não quero ver, quem me prezava desfazer-se em lágrimas
Quando eu morrer não quero ser um heroi
Quando eu morrer não quero ser um vilão

Quando eu morrer, vou desfertelizar todas as mentes,
Permitirme-á cair no esquecimento
Quando eu morrer não vou roubar nada ao mundo
Ele não vai ganhar nada, nem perder nada comigo

Quando for o meu funeral,
Eu vou acordar
Afinal tudo não passou de um sonho,
O pesadelo vai continuar.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Acorda

Acorda jovem,
Passa-se alguma coisa de errado contigo?
Reflecti, reflecti, reflecti,
Ma não consigo entender a tua situação, a tua atitude

Mete-me dó olhar para ti,
Lembras-me um perdido no tempo
Não te posso ajudar, mas posso-te aconselhar
Ainda és novo, aparentemente tens bastante para viver

Está tudo nas tuas mãos
Só tu te podes mudar
Tens que ter a força, a garra
Embora não sabes aonde a encontrar

Eu também não sei,
Talvez com sorte a encontres
O anos passam rápido, o tempo não passa,
Tudo se mantém igual

Não sei mais que te dizer,
Apenas posso dizer, ACORDA!

terça-feira, outubro 17, 2006

Um dia

Um dia, eu era a pessoa mais feliz do mundo
Tinha as minhas certezas, sentia-me confiante
Nada que me dissessem me podia deitar abaixo
Era imune a tudo, ás pessoas

Um dia eu realizei um sonho
Lutei por ele, concretizei-o
Hoje não há ambições, não há sonhos,
Não há metas

Um dia chegou
Um dia foi bom
Mas não há mais
Afinal foi só um simples dia

Ele não se vai repetir.

domingo, outubro 15, 2006

Um Ser

Não passo de um ser banal
Simplesmente não sou nem quero ser especial
Como tantas outras pessoas sou "igual"
Mas levo uma vida superficial

Para muitos não passo de um revoltado
Mas no fundo considero-me um indignado
Há coisas que não consigo entender
Porém ninguem me consegue compreender

Não procuro compreensão
Não pretendo elogios
Não quero ser o coitado
Apenas pretendo usufruir da liberdade de expressão

sexta-feira, outubro 13, 2006

Perda de Tempo

A rotina é inevitável
Chega a ser intragável
Não tem sabor
Todos os dias sinto a dor
De não conseguir viver

Eu tento, não consigo
O motivo?
Não sei
Talvez não haja lógica

A minha chama apagou-se
Não há calor para a acender
Não encontro luz na escuridão,
Mas que raio de situação

Eu quero, eu procuro, um rumo
Porém não encontro, não consigo
Nem com ajuda do meu amigo
Será isto normal?

Enfim, não há nada que me prenda.