sexta-feira, junho 22, 2007

Ausência de quê?

o branco na minha cabeça,
o branco é nada, é ausência,
há quem diga que branco é cor,
e que preto é que é ausência de cor.
são iguais portanto,
ambos são nada.

ambos moram cá dentro,
o branco surge durante o dia,
o preto aparece à noite.
fazem turnos para não se saturarem.

de dia o branco domina-me cá dentro,
não há nada mais a não ser o silêncio,
e a ausência de tudo
quando anoitece, o preto predomina,
nada lhe resiste, morro interiormente.

no fundo todas as palavras são roubadas.
perdi a capacidade de dar vida às palavras,
e eu também já não tenho vida.

quarta-feira, junho 13, 2007

O bilhete.

estas linhas que preencho firmemente, são eu.
ao tocares estas palavras, tocas-me.
agora, sente-as.
por isso, aqui fica descrito o que não pode ser dito.
houve tanta coisa ficou por dizer, porquê? ( ainda me questiono, ainda )

eu quis dizer tanta coisa que acabei por não dizer nada,
o tudo pode ser nada, mas o tudo, supostamente também é simples.
são confusas as palavras.

por agora, vou deixar de lado as palavras.
toca estas letras, agora. quando tocares estas letras, vais sentir os meus braços envolvidos no teu corpo.
o que tenho para dizer não pode ser dito. não me deixam.
( podes continuar a tocar as letras )
mas também há coisas que podem ser ditas.
vá, não podem censurar tudo.
( anda, continua a abraçar-me )

quando te fartares deste papel, ele irá transformar-se num bilhete.
aí, vens ter comigo. encontramos-nos.
ninguém o vai impedir.

segunda-feira, junho 04, 2007

Waitin', watchin' the clock, it's four o'clock, it's got to stop.



Dia 05/09/06 foi assim, foi do caralho.

Dia 08/06/07, também vai ser do caralho.