quarta-feira, novembro 29, 2006

Copo atrás de copo

Eu vou-me refugiar na bebida,
Copo atrás de copo,
Golo atrás de golo,
Até que acabo por perder a percepção

Com a ausência de percepção,
Abstraio-me de pensamentos que me atormentam,
Pensamentos, esses que são baseados em sentimentos,
Eles são altamente negativos

Encarno vermelho, misturado de um tom rosado,
Perco a noção dos actos, de tudo,
Até que por fim esqueço toda a realidade,
Porem é temporário

Está tudo por solucionar,
Cada vez é mais difícil encontrar uma solução.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Desilusão..

Alimentam-me cada vez mais uma desilusão,
Cada vez me sito mais frágil e magoado
Sinto uma dor cá dentro, uma dor sufocante,
Que de tão sufocante que é, que sinto palpitações negativas no coração

Perco toda a vontade de lhes olhar na face,
Sinto nojo, um nojo que antes nuca sentira,
Que sinto vontade de lhes vomitar na face,
Vomitar todas as palavras que tenho presas

Vou libertar todo o rancor preso, eu não vou mais fingir,
Não vou guardar mais as palavras,
Elas são impacientes,
Não as vou prender mais, não tenho esse direito

Acabou-se, eu não vou alimentar mais esta desilusão,
Ela dói, dói cá dentro,
Dói tanto, que cada vez me sinto mais desiludido com as pessoas,
Eu vou criar um mundo, um mundo só meu,
Eu vou em encontro da solidão.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Quem é o allien?!

Um dia eu agi como quis,
Alimentei a minha vontade,
Saciei a minha sede, uma sede invulgar,
Encontrava-me de tal forma sem percepção,
Que não me recordo das substâncias que consumi

Sigo actos espontâneos, de escolha pessoal,
Não há interferências, só eu interfiro, se assim o entender,
Apenas eu controlo actos, eles são bastante monótonos,
Ninguém tem poder para os dominar

Embriaguei-me de tal forma em factos,
Que me perdi num mundo, no mundo invulgar,
Encontro lá seres diferentes, seres novos,
Para eles não passo de um allien,
A visão que tenho deles, é-me retribuída

Tento-me adaptar á nova realidade,
É uma realidade dura,
Mas com o passar tempo torna-se possível,
Começo tudo de novo.

domingo, novembro 19, 2006

A ilusão ( ela não passa de uma fantasia )

Cai a noite, sinto os ossos gélidos
De tão gélidos que me atrevo a dizer que estão congelados,
Não me consigo mexer, corpo fica imóvel,
Consequência de tal imobilidade, que me impossibilita de atingir um objectivo,
Um objectivo que se vai tornado inalcançável

Vou perdendo todas as forças, as forças de ontem
As forças que me faziam sentir, toda a vontade de lutar,
De continuar, de acreditar que é possível,
Hoje é diferente, a vontade do início é cada vez mais escassa

O sentimento de podridão é cada vez mais abundante,
Ele sobrepôs-se ao sentimento da ilusão,
A ilusão irreal, a ilusão cruel,
A ilusão que nos apodrece o interior,
Que nos torna cada vez mais frágeis

Erguer a cabeça torna-se um gesto cada vez mais difícil,
Ela está cada vez mais pesada, desmotivada...
Resta olhar em frente, mas não é fácil,
Gerou-se uma ferida, ela é grave,
Vai demorar o seu tempo a curar

Como auxílio procuro um bom antibiótico,
Um antibiótico para ajudar na cura,
Porém não vai acelerar muito a recuperação,
Eu vou-me refugiar no silêncio da noite.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Hoje choveu..

Hoje choveu, tive a sensação da água a escorrer-me pelo rosto,
Era uma chuva pura, uma chuva capaz de me limpar a alma,
De me purificar, de me libertar, de me esvaziar a mente,
Uma mente cheia, cheia de indignações

Permanecia encharcado,
Sentia as calças coladas ás pernas
Tinha o guarda-chuva danificado, danificado pelo vento,
Mas protegeu-me, sacrificou-se por mim,
As ligeiras pingas que permaneceram no casaco,
Foram as impossíveis de evitar, era o inevitável

Permaneci o meu percurso,
O mais difícil já tinha sido ultrapassado,
O que falta é simples,
Com maior ou menor dificuldade, chegarei á meta,
Devo-o ao meu guarda-chuva.

A chuva aparenta não querer parar,
Cai violentamente, mas pousa suavemente no chão,
A violência que ela tenta para mostrar não é real,
É só para enganar, ela é pura.

Chego á minha meta vou socorrer quem me chamou,
A chuva atormenta-a,
Ela não consegue sair da chuva sozinha,
Fui socorre-la porque hoje choveu.

sexta-feira, novembro 10, 2006

A fissura

Predominas-me o pensamento
Perco cada hora, cada minuto, cada segundo
Em inúmeras reflexões, reflexões em vão
Mato tempo, um inútil tempo

Murmuro aos céus o teu significado, o teu importante significado,
Para mim, o resto não interessa o que pensam, não irei mudar de atitude,
Á custa de terceiros, dos outros

Entoo cânticos, simples cânticos
A minha plateia é vasta, são as paredes, o ar, …
Tu não estas lá, não o podes presenciar,
Porém eles são para ti, mas tu não sabes,
Se calhar nunca vais saber

Sempre que vou em teu encontro caio sempre numa fissura,
Ela quebra o nosso contacto,
O teu importante contacto, o contacto que necessito para sobreviver,
Mas com esforço, encontro uma luz,
Uma luz que alimenta uma chama,
Uma chama que aniquila a fissura, a matreira da fissura.

Quebro a fissura, mas sinto que não é suficiente,
Pressinto que falta sempre alguma coisa
Mas ainda não sei o que é.

terça-feira, novembro 07, 2006

O Refúgio

Refugio-me numa simples folha de papel
Com a companhia de uma caneta,
Elas ouvem-me, não me censuram, compreendem-me
Eu compreendo-as, retribui-o todo o seu conforto

As palavras do mundo passam-me ao lado,
Crio um mundo próprio, apenas meu, fico imune a tudo,
Às opiniões, ás opiniões inúteis,
Tão inúteis como quem as proferiu

Crio um mundo de palavras,
Boas ou más, talvez reles ou fantásticas,
Mas são minhas, apenas minhas,
Ninguém as pode apagar,
Só eu o poço fazer, apenas eu tenho esse dom.

sábado, novembro 04, 2006

Hoje vi-te
Estavas incrível…como sempre
Conseguia sentir o teu odor a milhas, um agradável odor
Eu estava sóbrio, completamente,
Era real

Porém há coisas, que por mais que raciocine não as consigo entender
Ontem a tua atitude foi desprezível, indiferente
Hoje a tua atitude foi terna, acolhedora, foste sensacional
Não entendo tanta mudança de atitude em tão curto espaço de tempo

Mas se calhar tu não mudas, nunca mudas,
Talvez eu é que ande a interpretar mal as coisas,
A ver o que não existe, ou ver apenas o que procuro,
Estou farto de me interrogar, cansado da ausência de uma resposta

Procuro-a intensamente, não a encontro,
Ou simplesmente se calhar sou eu que tenho medo de ouvir a verdade
A possível e forte verdade
A verdade que dói

Pessoas como eu, existem aos milhares,
Como tu não, tu és única,
És especial, de tão especial que és,
Que todos os dedos das minhas mãos e pés,
Não chegariam para contar tudo o que prezo em ti.

Tiras-me o sono,
Todo o sono precioso de cada noite,
Predominas todo o meu pensamento,
Mas eu não me importo, apenas lamento toda a indefinição,
A indefinição, que dói aos poucos,
Que se agrava aos poucos

Aos poucos começo a apodrecer por dentro.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Incapacidade de Orientação

Perco-me em memórias do passado
Memórias actuais passam-me ao lado,
O futuro que aí vem, nem sequer o consigo imaginar
Não passo de um perdido no tempo

Não há bússola, relógio ou calendário que me valha,
As dificuldades em encontrar o que quero, e o que não quero aumentam,
Sinto-me cada vez mais inútil,
Nada consigo traçar

Não me sinto com capacidades para o que quer que seja,
Motivação também não há,
Sou a desgraça de uma sociedade activa
Olho com cara de parvo para tudo,
Para uma vida que me passa ao lado.

Sinto-me um inútil.