quarta-feira, dezembro 27, 2006

O que está para vir

Hoje de manhã acordei,
Um um acordar um tanto atribulado,
Pensei em toda a indefinição que tinha na mente,
Reflecti sobre um possível futuro

Um futuro que me tira o sono, mas não a percepção,
Intimida-me, sinto um medo quando o prevejo,
Nunca lhe vi a face,
Ele oculta-se com um máscara.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Merda nos ténis ( lá vou ter de os limpar de novo )

Eu olho, olho em meu redor,
Apercebo-me de uma merda que me chega até ao pescoço,
Eu não sou cego, nenhum pormenor me escapa,
Desta vez, não estou enganado, o sentido da palavra
Encaixa como uma luva na minha mão,
Neste caso.

Acordo, todos os dias me deparo com o mesmo,
É uma rotina sem fim,
Estou farto de pisar detritos
E ter de limpar os ténis,
Dia após dia.

Sinto uma enorme angústia,
Vou explodir com o mundo,
Este vai-se desfazer em mil pedaços
Eu vou reaproveitá-los, vou fazer umas misturas,
Vou criar um mundo novo.

Os lixos de cada esquina vão-se dissipar,
Odeio deparar-me com eles,
Eu não quero.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Eu vejo-te...
Vejo-te todos os dias...na minha mente. Consigo tocar no teu rosto, apercebo-me de todas as suas feições. Era capaz de o desenhar na perfeição.
Tu vens sempre em meu encontro. Eu posso tocar-te nas mãos, agarro-as com toda a força do mundo. Como se sentisse um súbdito medo de te perder. Depois, de uma maneira suave, passo a minha mão esquerda pelo teu rosto, apercebo-me de todos os seus belos contornos. De seguida os nossos lábios aproximam-se lentamente, tocam-se de uma maneira suave. Como uma uma pena a embater no chão. Como se fosse o expoente máximo de suavidade. Aí beijámo-nos. Reparo nos teus contagiantes olhos. Nota-se um brilho abundante, que se converte nos meus também. No fim repetimos tudo inúmeras vezes, mas tu nunca tiveste conhecimento de nada. Nunca tiveste, não vais ter.

sábado, dezembro 09, 2006

Final=Princípio

Era uma simples noite de verão, eu tinha encontrava-me em casa, estava perdido, não tinha nada para fazer, estava preso a um vazio que era inexistente, perante tal aborrecimento decidi sair de casa.
Saí do apartamento, morava no 5º andar, optei descer pelas escadas, a maneira como o fiz era bastante irregular, já andava aos “ésses”, eram os efeitos do álcool a fazer-se sentir, mas eu ainda estava coerente, tinha consciência da desilusão que ela me deu.
Estava uma típica noite de verão, era bastante abafada, podia-se avistar várias pessoas na rua, o clima era convidativo a isso, visualizava-se uma mista de luzes dos candeeiros e automóveis, com as animadas conversas de fundo das pessoas, e eu ali como um vagabundo solitário, a prosseguir o meu percurso sem destino, tudo me passava ao lado.
Eu não sabia ao certo o que procurava, era como se sentisse que as pessoas á minha volta me vissem como um “allien”, no entanto isso era uma ilusão minha, elas ignoravam-me totalmente, mas eu sentia-me o pior ser do mundo, parecia que tudo me queria sentenciar.
Após ter caminhado uns bons minutos consecutivos, cheguei a certa altura que já não avistava ninguém, apenas conseguia ouvir o relaxante som das ondas, dava para ver perfeitamente o reflexo da lua no mar, o céu estava bem estrelado, possivelmente haviam vários casais de namorados na praia, daí eu ter ponderado não ir para o interior da praia, supunha que eles estariam lá, eu não queria incomodar ninguém, da mesma maneira que procurava o mesmo, era assim que eu pensava, na igualdade, “ o que eu quero, os outros também têm direito”, é como uma espécie de justiça.
Indignado com o pressuposto de encontrar alguém na praia prossegui mais uma vez o meu caminho, já era visível algum cansaço nas minhas pernas, se passasse a minha mão na face, ela ia ficar encharcada, encontrava-me totalmente suado, isso devia-se á mistura da abafada noite, com os efeitos de álcool e aos minutos a fio que já tinha caminhado, eu já me encontrava próximo de um farol que existia próximo da praia, decidi caminhar em direcção ao mesmo, estava estafado, achei aquele ser um bom sítio para repousar, já para não falar que dali dava para ver perfeitamente as estrelas e no horizonte as luzes de barcos que provavelmente seriam de pescadores.
Após ter chegado ao meu destino, deitei-me no escaldante chão, atrevo-me a dizer que lá se quisesse, conseguia estrelar um ovo tão intensa era a temperatura a que se encontrava. Sentia-me confortável, pus-me a contemplar as estrelas e a lua, era como se estivesse no ambiente mais familiar do mundo, era como se o barulho das ondas e a luz vermelha do farol me hipnotizassem, tão grande era o bem estar, que uma nulidade me possuía o pensamento, talvez a maior embriaguez da mente seja de facto encontrar um vazio no pensamento, pelo menos assim, sei que os monstros não me vão engolir. Já estava de tal forma possuído pelo vazio que acabei por adormecer ali, segundo me recordo foi um dos sonos mais tranquilos de sempre, lembro-me de ter sido acordado por uns meros salpicos da água do mar na minha face que se formavam com a força das onde a embater nas rochas, senti também os primeiros raios de sol do dia passarem as minhas pálpebras como fantasmas apressados, levantei-me com alguma dificuldade, ainda não me encontrava totalmente recuperado da ressaca da noite anterior. Decidi dirigir-me a uma pastelaria próxima, sentia que possuía um odor a maresia justamente com um tanto de areia, parecia contagiar quem estava á minha volta, fiz o meu pedido, paguei e sai porta fora.
Para trás ficou um dos piores dias de sempre, agora vem aí um dia novo, uma continuação ou uma reviravolta me aguarda, só o tempo o poderá dizer.

sábado, dezembro 02, 2006

Não é uma questão de tempo..

Podia estar aqui horas,
Podia estar aqui minutos,
Podia estar aqui segundos,
Eu não ia conseguir achar palavras para dizer tudo

Vem-me tanta coisa simultânea á cabeça, que me perco
É impossível ser tudo dito, era injusto deixar as palavras a meio,
Por isso abro um silêncio e limito-me a contemplar,
Chego mesmo a perder a sobriedade, tal é o consumo excessivo

Mas é um excesso positivo, liberta-me de outros pensamentos,
Detritos de que não me quero lembrar,
Por isso eu vou consumir até á exaustão,
Como se fosse a melhor droga do mundo

E não me interessam as consequências,
Ninguém vai fazer queixas ao pai natal,
E eu vou receber os brinquedos na mesma.